As the result of a history that sews together the salty waters of the Atlantic and the multiple rivers that cut through the Amazon rainforest, the Jewish community has been present in the region for more than two centuries, establishing a network of transmissions and cultural traditions. Coming especially from the coast of Morocco, but also from places like Cape Verde and the Azores, this migration wave peaked during the rubber cycle (1880-1910), but its echoes unfold in the present through cultural, gastronomic, and linguistic practices.
Em 2022, o Museu Judaico iniciou uma pesquisa extensiva sobre a presença dos judeus na Amazônia, um processo de construção identitária que atravessa geografias e distintas temporalidades. Segundo o antropólogo e jornalista Fábio Zuker, que percorreu seis cidades da região e coordena essa etapa de escuta:
As comunidades judaicas encontraram na Amazônia um local para florescer e se transformar. São histórias sobre fé e crença – com um enriquecimento cultural que andou lado a lado à prosperidade material, nestes vaivéns pelas águas amazônicas e oceânicas. Estas são histórias de um judaísmo amazonizado. Um judaísmo de um tacacá kosher, sem camarão, mas com peixes de escama, pimenta de cheiro e muito tucupi. (…)
São fragmentos de um judaísmo antigo e resistente.
A partir deste primeiro levantamento, que incluiu entrevistas, visitas a arquivos, cemitérios e sinagogas, o projeto se multiplica em ações e plataformas que se revelam ao longo do tempo:
Entre os dias 24 e 27 de agosto de 2023, o MUJ realizará quatro dias de “Jornadas Judaico-Amazônicas” na sede do museu em São Paulo – um seminário com ativações subsequentes em Manaus, Belém do Pará e São Luís do Maranhão.
Aprofundando algumas das discussões e vivências surgidas nessa imersão, o lançamento de uma publicação impressa está previsto para o segundo semestre, contemplando ensaios de pesquisadores com diferentes abordagens sobre o tema.
Finalmente, nos primeiros meses de 2024, uma exposição percorrerá o passado, mas também o presente e a interação entre comunidades na Amazônia Contemporânea, propondo um entrelaçamento de narrativas e culturas visuais.
O projeto Judeus na Amazônia é apresentado pelo Instituto Cultural Vale e conta com patrocínio master do Banco Santander.